terça-feira, 1 de março de 2011

Tentações da madrugada

Hoje é mais uma noite em que eu não consigo ir pra cama antes da 1h. Conseguir, eu consigo, claro. A questão é que eu não quero. Perder a madrugada pra mim é como tirar a cobertura de chocolate do bolo de cenoura: você encara, come, porque o bolo é gostoso por si só... Mas com a calda de chocolate fica perfeito! Bem... Encerro essa comparação por aqui. Não sou nada boa em metáforas

O fato é que a madrugada é o início do dia, para mim. Aqui e agora eu esqueço as lamúrias do dia passado, recolho meu silêncio, ouço minhas inquietações, converso com alguns amigos distantes, vagueio um pouco (um pouco?) pelas redes sociais, leio meus blogs favoritos... E claro, escrevo! Ah sim, e também trabalho, faço os projetinhos em pauta e mais coisitas que a FAU me “obriga” a fazer. O que talvez (aliás, com certeza!) eu deveria fazer é otimizar mais minhas poucas horas acordada na madruga, porque amanhã será “dia de branco”, como diz minha mãe. E hoje, mais do que nunca, pois amanhã começo no meu new job! Aliás, espero ainda comentar muito aqui sobre os projetinhos que vão rolar nessa nova empreitada.

Mas o melhor de ficar acordada nas madrugadas é nos dias que antecedem um folga de trabalho e estudo, ou seja, sexta e sábado. Não falo porque são dias em que você pode voltar tarde para casa, matar a sede naquela Brahma gelada, ter conversas existenciais infinitas com seus amigos ou também (sim, também!) se aconchegar nos braços dele sem ter hora pra acordar. Tudo isso é excelente, claro, mas tenho apreciado muito a arte de passar a madrugada de sextas e sábados sozinha, neste mesmo sofá (o famoso Azul) de onde vos escrevo.

E nestas noites eu vejo o relógio passar vagarosamente, minuto a minuto. As horas demoram a terminar. O tempo é outro. É o tempo de cidadezinha do interior, sabe? Tempo e paz. O silêncio, a calmaria, a ordem, tudo está no seu lugar. Posso adentrar a madrugada sem preocupação alguma. O telefone não vai tocar. As luzes estão desligadas. Só uma leve penumbra ilumina o meu redor. É o tempo e o lugar do paradoxo, onde tudo ali contraria a rotina da vida, contraria minhas angústias, contraria minha euforia e meu desânimo. Entre um filme e outro, entre uma leitura e outra, uma pausa para o chá com pão na frigideira com margarina. E a única preocupação é não torrar demais o pão francês.

Pra que dormir? Pra que abrir mão deste momento? Não poderia me negar mais alguns minutos dessa paz. A madrugada é tentadora, me chama, me seduz. E quanto mais eu me deixo levar, mais entorpecida eu fico. 2h, 3h, 4h da manhã e eu não quero deixá-la. Quanto mais eu fico aqui, na madrugada e no Azul, mais longe eu sinto que estou da agonia da manhã seguinte.

Sim, eu sei que preciso das manhãs, já comentei sobre isso aqui no blog. Vou tentar dosar essa incoerência. Difícil. Bem disse Oscar Wilde: “Resisto a tudo, menos às tentações”.

Um comentário:

  1. haha tua cara este post.Eu te entendo bem sabe.Todo mundo precisa de um tempinho consigo mesmo, para organizar as idéias, pensar na vida...Eu faço isso nas tarde livres quando não tem ninguém em casa, ou nas longas jornadas de trem e ônibus,em quase todo o tempo eu estou tentanto analisar as coisas que acotecem, fazendo projetos, tendo idéias das quais me impolgo e desisto uma mais rapidamente que a outra...rss
    E convenhamos que encontrar esse momento de tranquilidade em uma casa com mais 4 pessoas é meio difícil né...então aproveite bem as madrugadas mesmo! Eu gosto bastante da nostálgia da noite, pena que o sono me consome sempre hauhauhauha

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