quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Skank -- Sutilmente

Não olhe para trás!

Não é nenhuma novidade que eu quis dar um salto maior que minhas pernas. E olhe que eu tenho 1,20m só de perna! Também não é novidade que ia ser difícil, que o caminho seria longo e árduo... Mas sinceramente, eu nunca achei isso! Nem que seria difícil nem que o salto era tão grande. Eu sempre achei que era um caminho natural, relativamente fácil pra minha capacidade. Sim, modéstia não é meu forte. Não sou hipócrita, só isso. Eu sabia onde podia chegar. Nunca tive medo, nunca tive vergonha. Pelo contrário, sempre fui corajosa e ambiciosa, no bom sentido, sempre quis dar o melhor de mim, não me contentava com pouco, com o óbvio, com o fácil.

Não era pra ter sido tão complicado. Mas foi, muito, aliás. Tanta coisa podia ter sido evitada, ter sido repensada, com mais calma e serenidade talvez. Eu podia ter tomado decisões sem esperar tanto tempo, resolvido situações sem ter deixado chegar ao limite. E por aí vai... Tudo poderia ter sido muito diferente. Mas não foi. E por mais que explique, explicite, exponha, ninguém terá a real dimensão do que estes últimos 10 anos foram para mim.

Reparem que eu só usei verbos no pretérito anteriormente. Mas não pensem que tudo agora, no presente momento, está muito diferente, aliás, até está bastante diferente, mas enquanto os resultados não forem mais concretos, não posso afirmar que de fato tudo está resolvido. E uma das novas posturas que eu tento ter é justamente não olhar para trás a todo instante e lamentar o que ficou por lá. Até consigo assimilar bem essa iniciativa, mas tem um ponto muito difícil em não olhar para trás.

Difícil, não, é triste mesmo! É pensar em todas as pessoas que ficaram pra trás nesta história toda, aquelas que chegaram muito perto e outras que nem perto eu deixei chegar. E elas todas, por um mesmo motivo, se distanciaram... Injustiça minha afirmar isso! Não foram elas, fui eu que me afastei, claro! Sumi mesmo, desapareci, perdi o contato propositadamente. E isso é muito triste! Essas pessoas me fizeram tão bem, poderiam ter feito ainda melhor... Algumas eu ainda consigo ‘pescar’ de volta, aos poucos me aproximo novamente, dou-lhes um sorriso sincero e tenho uma nova chance. Mas na maioria das vezes, para mim, é muito difícil fazer isso. Vergonha, timidez, receio... Um misto de tudo! E daí eu vou adiando essa aproximação, deixo os dias passarem, os meses, os anos... E volta e meia alguém volta e pergunta: “Mari, o que aconteceu? Você sumiu!” E ao invés de ficar contente, surpresa... Não! Fico apreensiva, acanhada. Com alguns eu ainda consigo ser bem sincera e tenho ótimos retornos, mas com outros ainda não.

Hoje um colega querido, de Barcelona, quis me ‘pescar’ de volta. Eu não deixei. E olha que eu nunca fui medrosa...