domingo, 5 de agosto de 2012

A arte de "googlear"

Há um bom tempo, um amigo fez um protesto no Facebook, onde questionava o porquê de quase ninguém mais dos seus amigos frequentar a sua casa, o porquê de ninguém mais se reunir no boteco da esquina para trocar ideia descompromissada e por aí vai, tudo substituído pelo contato apenas virtual da amizade. De todas as reclamações da revolta “internética” do meu amigo, o que mais me chamou atenção, foi quando ele finalizou: “E ninguém mais tira dúvida com ninguém! Ninguém mais me pergunta nada! O Google substituiu tudo isso.” Grande sacada do amigo! Eu nunca havia parado pra pensar nisso, mas é uma grande verdade da nossa atualidade. E espelhei esta afirmação diretamente em mim, pois é justamente o que mais faço quando surge uma dúvida de ortografia ao escrever, uma dúvida sobre algum personagem qualquer (Viva o Wikipédia também!) ou mesmo para saber quais são os títulos do meu clube de futebol ao longo da sua história... Afinal, são muitos os títulos do Flamengo e só o Google para me esclarecer!

Brincadeiras à parte, esta constatação me faz pensar como nos tornarmos autossuficientes nestes termos (O revisor do Word me corrigiu! Eu escrevi ‘auto-suficientes’... E agora? Não, não vou ‘googlear’ para saber qual é a versão correta!) e também me faz lembrar de como nos obrigamos a sermos cada vez mais detentores da informação, da mais útil à informação mais insignificante. Sabemos um pouco de tudo e quase nada de algo específico. Formamos hoje uma sociedade do pitaco! Todos tem sua opiniãozinha sobre qualquer assunto da mesa de bar, da sala de aula, da hora do almoço do expediente... E como tudo hoje em dia, ai de quem não compartilhar a enorme contribuição da sua opiniãozinha. E daí vem outro e rebate com sua outra opiniãozinha controversa, que instiga um círculo vicioso de “achismos” e de “mas eu li isso na internet”. Haja paciência e cerveja gelada para me segurar nesta mesa de bar!

E quando nos deparamos com a falha grave de não termos “googleado” aquele assunto do momento e nos vemos em plena mesa de bar, perante nossos amigos e sem saber uma vírgula para dar o nosso precioso pitaco, aí eu lembro o meu amigo facebookiano e digo que ninguém mais tem coragem suficiente (como se precisasse de coragem!) pra assumir sua ignorância momentânea. Seria a hora de pedir licença e dar aquela “googleada” básica no banheiro pelo smartphone? Não duvido.

Na verdade me lembrei desse post e cá estou esticando o assunto, porque uma grande dúvida paira sobre o meu ser nestes últimos dias e, por incrível que pareça, não joguei a dúvida no Google! Pois vos digo: Estamos em meio às Olimpíadas de Londres, assistindo o que dá pra assistir na telinha e torcendo (Pero no mucho!) para quem veste a camisa canarinho da sua modalidade. Só que sempre que o vídeo corta para a imagem do logotipo das Olimpíadas de Londres 2012, eu me pergunto: O que é isso? Em que este logotipo se associa à Londres? Isto mais parece um ideograma japonês, chinês ou coisa do tipo!

E aqui estou eu, caro leitor, assistindo às disputas interessantíssimas de esgrima e pólo aquático, mas infelizmente não tenho abstração intelectual suficiente para entender este logotipo londrino. Tenho certeza que o Google sabe... Ah, sabe! Mas vou na onda do meu amigo revoltado e vou deixar a dúvida no ar. Não estamos numa mesa de bar, mas quem quiser me esclarecer, fique à vontade!

Eis a questão!