terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Em busca do post de cada dia

Não é fácil ter um blog. A menos que ele seja de fato seu diário virtual, o que eu não desejo. Eu sei que é impossível ser totalmente impessoal em um blog, até porque eu não sou jornalista, nem escritora, nem nada! Mas estou me empenhando, tentando achar um traço do talento de papai em mim!

Confesso que isso aqui é mistura de ânimo e angústia. Como não tenho obrigação profissional de ser uma exímia escritora, fico muito mais entusiasmada para escolher um tema para o próximo post. É como se obrigação e criatividade fossem inversamente proporcionais! Fico navegando de blog em blog, mesmo nos desconhecidos, para sentir o que rola por aí.

Em contrapartida, é mais uma angústia para enfileirar na prateleira do quarto. Não sei se é somente uma empolgação de início, mas agora passo o dia atenta às conversas, ao que escuto, ao que falo, ao que vejo, ao que sonho... Como se a qualquer momento viesse uma dica, um sinal do que escrever logo mais. E quando não vem durante o dia, ponho a cabeça no travesseiro à noite e repasso todo o dia à procura do que eu deixei passar! Foi o que aconteceu ontem: deitei, repassei o meu dia e pensei: Amanhã irei escrever sobre a busca do post de cada dia!

Não sei se os escritores são tão angustiados assim, mas isso deve ser um sintoma natural de principiante. Vou me adaptar à nova jornada. Mas não reclamo. E espero não decepcionar quem se propuser a ler meus escritos por aqui! “Vamu que vamu”! Bom dia a todos.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Esses amigos...

São Paulo, 17 de maio de 2009.

Ontem eu tive um sonho preocupante. E veja que meus sonhos são quase reais. Sonhei com uma amiga que não vejo e não falo há mais de dois anos. Sou madrinha de casamento dela e também é uma amiga da época de escola, dos meus 16 anos. Sonhei então que Patrícia tinha se separado e que já era mãe! Na verdade, o sonho espelha a minha preocupação em contatá-la e saber de uma dessas “novidades”. À noite, tomei vergonha, e liguei para ela. Parecia que a gente tinha se falado há uma semana. E não havia nenhuma das novidades.

Outro dia li uma algo que dizia que enquanto os dias demoram em acabar, os anos passam voando. É verdade. Como é difícil tomar a noção temporal da passagem de um ano. E de dois ou cinco ou dez anos. Na escala do ano, tudo é muito difícil de perceber, de notar diferenças. Pelo menos para mim. E quando se trata de amigos distantes, parece que fica ainda mais notório. Mas não tome esta afirmação como desculpa para procurar seus amigos a cada dois anos! Falo por experiência própria.

Outro dia, no Orkut, achei uma “coleguinha” minha de infância, da época do primário do colégio IACI, em Brás de Pina. Viviane era uma menina lá do bairro, humilde, vivia com a sua avó, mas, assim como eu, teve a sorte de estudar em um colégio particular. E pelo Orkut, então, vi que ela já havia casado, separado e tinha uma menina. E ficamos pelo Orkut mesmo. Uma ou outra conversa no MSN e mais nada. E assim somos, pelo menos eu sou, com a maioria dos amigos que reencontro por lá. Fico pensando que valeria muito á pena reencontrá-la. Nesse mundo onde as novas amizades que surgem são sempre duvidosas, nada como resgatar aquelas das quais sabemos (ou pelo menos, sabíamos) que são de verdade.

E assim eu posso listar aqui uma dezena ou mais desses amigos que vão se perdendo, e dos quais a maioria não está no meu Orkut – como a Patrícia. E, os que estão no Orkut, parecem que estão fadados ao esquecimento total, é quase um carimbo de “nos conhecíamos e não nos conhecemos mais!”. Talvez se a Patrícia estivesse no meu Orkut, eu não ligaria para ela naquela noite. E não preciso aqui dizer a enorme diferença que tem em deixar um scrap e ouvir a voz daquele amigo. Incomparável.

Por isso, hoje, domingo, eu tomo a decisão de ligar para os meus amigos nos aniversários e quando bem entender também. E de fazer um esforço para revê-los para reavivar a amizade. Não somos nada sem amigos, próximos ou distantes, ao vivo ou pelo telefone, nada paga o preço de uma boa amizade. Talvez eu tenha amanhecido um pouco mais nostálgica hoje, mas que sirva para que não mais os anos passem voando, quando se fala de amigos.

Só para deixar registrados os amigos que estão por aí e não estão meu Orkut (e acredite: não estar no Orkut é um bom sinal!): Renatinha, também do IACI; Morgana, do N. S. das Graças; Néia, de Penha Longa; Silvinha, do ABC do Pezinho; Kátia, do Penha Shopping e outros mais...

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Amanhecer

“Chega de temer, chorar, sofrer, sorrir, se dar
E se perder e se achar e tudo aquilo que é viver
Eu quero mais é me abrir e que essa vida entre assim
Como se fosse o sol desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor desta manhã” (Gonzaguinha)



Eu não gosto de acordar cedo. Melhor, eu não gosto mesmo é de dormir pouco. Gosto de ficar 8, 10 e até absurdas 12h na cama. Como eu tenho milhões de ambições na vida, concordemos que este meu projeto de vida não combina com tantas horas de sono. Embora eu goste de dormir muito, não curto acordar tarde. Quando eu acordo, olho no relógio e já passou das 10h da manhã... Pronto! Acabou meu dia, sem mesmo ter começado. Mas quando eu me dou ao luxo de despertar e ver o nascer do sol... Ah, que delícia! Não me importa as poucas horas de sono, as olheiras, o dia anterior cansativo ou o dia que ainda estar por vir. O que importa é olhar para leste e sentir a força do sol te despertando. O que importa é ouvir o cantarolar dos passarinhos te chamando para a vida. E se o amanhecer vem acompanhado do cheiro do café fresco e do pãozinho requentado, não há como não começar o dia feliz. Esta receita é melhor do que qualquer tarja preta, só não é melhor do que outro despertar... mas neste caso eu iria necessitar de um segundo protagonista nesta história e ultimamente eu não ando podendo contar com a boa vontade alheia. Voltando à cena do amanhecer, hoje eu acordei cedo, muito cedo, tão cedo que... Sim, eu não dormi para poder acordar cedo. Coloquei meu pão no forno, passei o café, peguei o jornal, liguei o note e a TV. Notícias sobre o Haiti, sobre futebol, sobre a chuva. E por fim a previsão do tempo para o fim de semana. São Paulo para variar vai estar sob fortes chuvas, não só aqui mas pelo que falou a mocinha, todo o Sudeste. Pensei: Não vou ficar tão chateada por perder o fim de semana no Rio. O noticiário prossegue com imagens de algumas capitais: São Paulo, Porto Alegre e... Uma imagem do amanhecer sobre a Baía de Guanabara, emoldurado pelo Pão de Açúcar. Até aí nada demais, termômetro marcando 25° denunciando mais um dia de calor do verão carioca. O que me deixou boquiaberta e nostálgica foi a cor alaranjada do sol entrando no azul claro do céu de poucas nuvens. Nostalgia é exagero, foi só uma breve saudade. Falo isso porque há poucos dias tive o prazer de despertar com este alaranjado varrendo a cama da minha mãe, onde eu dormia em companhia da minha irmã caçula. Janela e porta da sacada voltadas para leste, convidando o sol a te acordar suavemente, sem os agudos do despertador nos meus ouvidos. Como eu estava de férias, acordei, admirei a cor reluzente que vinha da linha do horizonte, entretanto, fechei as cortinas e voltei a dormir. Falo sempre que faço arquitetura porque morei em uma casa que me ensinou tudo o que não se deve fazer em um projeto. Com exceção à janela e à sacada do quarto atual da minha mãe, voltados para o belo leste carioca. Como eu queria este despertador natural aqui em São Paulo! Impossível, por dois motivos. Primeiro, as janelas do meu apartamento paulistano são voltadas para sudoeste, não consigo olhar a leste nem da janelinha do banheiro. Segundo porque, definitivamente, o sol não nasce aqui em São Paulo. Ele surge, não sei como, lá pela metade do dia em meio às cinzas nuvens, mas ele não nasce. Nunca presenciei o amanhecer do sol paulistano, nunca! E vou continuar a acreditar que de fato não há amanhecer por aqui.