quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Da série 'Homens & Mulheres": constatações

Tenho refletido muito sobre o quanto a vida é injusta com as mulheres. E como é boa para os homens. Não vou começar um discurso feminista nem vou dizer que odeio homens ou coisa do tipo. Pelo contrário! Na verdade o tom desta conversa é mais para o lado do elogio à turma masculina do que para condená-los. Eles não têm culpa (a nova gramática manda tirar o ^ do tem no plural, mas eu ainda não acostumei!). Os homens são muito favorecidos durante toda juventude, têm uma postura mais ativa do que as mulheres e, talvez por isso e por outros motivos, me parecem conseguir alcançar seus objetivos, sem ter que se desdobrar em mil tarefas aleatórias, como nós, mulheres.

E o que tenho percebido ultimamente é quanto o homem é mais solícito com seus iguais, principalmente quando começa a beirar a casa dos 30. Solícito é muito formal. Digamos: parceiro mesmo, brother! Eles se tratam como se fizessem parte de uma irmandade. É a galera, a rapeize! Outro dia (leia-se, em 2010), eu voltava do trabalho no ônibus super cheio, meio de semana, uma chuva chatinha caindo naquele início de noite, e reparei na conversa de um cara com o seu brother no celular. Era um convite para passar lá no bar, tomar uma gelada e jogar conversa fora. Eu pensei: Mas agora? Com essa chuva? Plena 4ª feira? E pra meu espanto, o meu colega de ônibus retribuiu a gentileza do convite e confirmou que assim que ele “saltasse no bairro”, ele daria uma passadinha lá no bar, pra dar um “salve”. Isso que é parceiro! Agora vejamos esta mesma situação com duas mulheres: ela já iria pensar que a chuva poderia desfazer sua chapinha, que se ela chegar tarde em casa não encontra o affair no MSN, que cerveja só é legal na balada, e por aí vai...As meninas também têm essa união com as outras, mas eu sinto que é mais por volta dos 15, 16 anos, enquanto os meninos estendem essa ligação até os 30, 35 ou mais! E eis aqui a problemática.

Sinto que quando as meninas chegam na idade de namorar firme, digamos por volta dos 18 anos, elas quebram essa necessidade de ter laços fortes com outras meninas. Sim, todas continuam a ter amigas, a desfrutar da cumplicidade e tudo mais. Mas na prática, no dia-a-dia, muita coisa se perde. Ao contrário do cara que, mesmo namorando, não abandona sua rotina de convívio com os brothers. E a namorada o que faz? Ao invés de viver sua individualidade dentro do namoro, pega no pé do coitado e vive reclamando do futebol e da cervejinha no boteco! 

Mas o caro leitor pode agora então olhar nos olhos deste que vos escreve e dizer: isso é crise de quem está chegando nos 30, é solteira e tem círculo social limitado. Eu seria obrigada a concordar com estes predicativos, mas minha leve revolta não é pessoal. Não agora! É só uma constatação. E, mais uma vez, elogio os homens e vou cada vez mais concluindo que mulher é “bicho chato” mesmo!

Mas que fique claro: gosto muito de ser mulher! Creio que nós, mulheres, estamos a anos-luz de distância dos homens em vários quesitos, mas para as coisas simples da vida, temos que admitir que os homens são bem menos complexos que nós e, portanto, mais práticos, mais pragmáticos! E só concluindo: eu não compactuo com discussões sexistas, ok! É só uma constatação...